Abaixo de zero: preços têm taxa negativa em junho, com destaque para combustíveis, gás de cozinha e automóveis
O resultado aumenta a perspectiva de redução da taxa Selic em agosto
Com deflação de -0,08% na variação mensal de junho/23, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Brasil atingiu o menor patamar do ano e ainda a menor taxa para o mês de junho desde 2017 (registrou naquele momento -0,23%). Os grupos de Alimentação e bebidas, Transportes e Artigos de residência tiveram os menores índices na passagem de maio para junho, respectivamente -0,66%, -0,41% e -0,42%. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No grupo Transportes, foram fundamentais para o resultado os cortes dos preços da Petrobras – gasolina com deflação de -1,14% e etanol de -5,11% – e o programa do Governo Federal para descontos em automóveis zero quilômetro, que empurraram os valores dos carros 2,76% para baixo de zero. O gás de botijão foi outro item com importante queda no grupo, obtendo variação de -3,82% com relação a maio/23.
Já no grupo Alimentos e Bebidas, pode-se destacar as quedas do óleo de soja (-8,96%), do leite longa vida (-2,68%), do contrafilé (-2,51%) e do feijão carioca (-6,44%), e a laranja-baía, maior queda do grupo com -26,93%. Contudo houve altas como a da banana-maçã (10,1%), a da batata inglesa (6,43%) e a da goiaba (5,46%). De uma forma geral, a alimentação no domicílio terminou com baixa de -1,1%.
.
Acumulado do IPCA e efeitos
A variação acumulada do IPCA em 12 meses caiu mais uma vez em junho, saindo de 3,94% em maior para 3,16% em junho, e agora se encontra abaixo da meta determinada para 2023 de 3,25%. Já o acumulado do ano caiu 0,08 ponto percentual de maio para junho e fechou o mês junino com 2,87%. Dessa forma, os números da inflação já reforçam as perspectivas do mercado de queda na taxa Selic, atualmente em 13,75%.
Parte dos economistas acreditam em queda de 0,25 ponto percentual em agosto, enquanto outra parte mais otimista aposta em diminuição de 0,50 ponto. A expectativa, de acordo com as medianas do Boletim Focus (07/07/23), é de que a Selic termine o ano com 12,0%, e atinja 9,50% em dezembro de 2024.
.