Copom anuncia novo aumento da Taxa Selic que alcança maior valor desde janeiro 2017
Conhecida como super quarta, a última quarta-feira (15/06) foi repleta de anúncios de crescimento dos juros no Brasil e nos Estados Unidos. No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu pela elevação de 0,5% na Taxa Selic, que subiu dos 12,75% para 13,25%, e ainda deixou indicado novo aumento para próxima reunião em 45 dias. Já o Banco Central americano (FED) optou por um aumento ainda mais drástico de 0,75%, maior aumento por lá desde 1994.
De acordo com o Copom, a estratégia para o Brasil é manter o ciclo de aumento para conter a escalada inflacionária, bem como os efeitos adversos de expectativas de mercado em ebulição. “O ambiente externo segue se deteriorando, marcado por revisões negativas para o crescimento global prospectivo em um ambiente de fortes e persistentes pressões inflacionárias”, observou em ata o Copom.
O Comitê demonstrou preocupação também com o ambiente externo, que tem gerado fortes incertezas na construção de cenários futuros e, portanto, necessidade de cautela. “O aperto das condições financeiras motivado pela reprecificação da política monetária nos países avançados, assim como pelo aumento da aversão a risco, eleva a incerteza e gera volatilidade adicional, particularmente nos países emergentes”, afirmou o comitê.
Apesar do resultado do IPCA ter trazido uma inflaçao abaixo do esperado, o Copom ressaltou a importância de medidas para conter os riscos sobre o mercado brasileiro, e destacou que há: “(i) uma maior persistência das pressões inflacionárias globais; e (ii) a incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal do país e políticas fiscais que impliquem sustentação da demanda agregada, parcialmente incorporadas nas expectativas de inflação e nos preços de ativos”, concluiu o Copom. O próximo anúncio do Copom está previsto para o dia 03 de agosto.
Para o setor industrial, a sequência de crescimento da Selic engatada desde o último trimestre de 2020 segue preocupando os tomadores de decisão: aumentos da taxa de juros tendem a comprometer a atividade econômica, que vem tendo dificuldade de se aquecer. Ou seja, para a indústria, apertos da política monetária pioram as expectativas para o crescimento econômico ainda em 2022, com efeitos prejudiciais ao aumento de produção, ao consumo e consequente geração de renda o emprego.
E como isso afeta o dia a dia do cidadão comum?
Basicamente o aumento da Taxa Selic vai interferir diretamente na vida das pessoas na hora de fazer um empréstimo ou de usar crédito: com a taxa de juros mais alto, pegar dinheiro emprestado fica mais caro. O resultado prático disso é uma redução direta do consumo, diminuindo a pressão inflacionária, mas sob o risco também de diminuir o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) ao final do ano.