Copom decide pela manutenção da Selic e CNI defende redução em prol da retomada da atividade econômica
Pela quinta vez em sequência, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a Taxa Selic em 13,75%, mesmo com os sinais de que há uma desaceleração da economia pelo alto patamar dos juros (desde agosto/22 no mesmo nível). O comitê chamou a atenção para uma deterioração do ambiente internacional, especialmente para o problema bancário nos EUA e Europa e alta da inflação em diversos países.
Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a decisão de manter a taxa no mesmo nível foi um equívoco do Copom e deve apenas trazer custos extras para a atividade econômica, que já sente o efeito das altas anteriores. A expectativa da CNI é que o processo de queda se inicie no próximo encontro do comitê, sabendo-se ainda que não há evidências de processo inflacionário para justificar o nível atual.
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Um recente estudo publicado pelo Observatório da Indústria do SENAI-PE concluiu que, a cada 1 ponto percentual a mais na taxa Selic, a produção industrial em Pernambuco cai aproximadamente 0,98%. Esta queda, contudo, ocorre com uma defasagem entre seis e oito meses de acordo com o modelo estimado, ratificando a necessidade da redução da Taxa Selic para impulsionar a indústria local ainda em 2023.
O Boletim Focus de 27 de março manteve a projeção de 12,75% da Selic para o fim de 2023, caindo a 10,0% em 2024, a 9,0% em 2025 e 2026. Isto indica que o mercado financeiro deslocou para cima a curva de juros futuros, em resposta à última reunião do Banco Central e a divulgação de sua ata. A Selic é a taxa básica de juros, referência para o custo das linhas de crédito de forma geral, e é definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que se reúne a cada 45 dias.