Desigualdade de gênero no mercado de trabalho: impactos e desafios
A inserção e ascensão das mulheres no mercado de trabalho é um tema de grande relevância refletindo em questões econômicas, sociais e culturais. Apesar de ser a maioria da população, as mulheres são sub-representadas no mercado de trabalho, sofrem com maior desemprego e recebem salários mais baixos que os homens, é o que mostra os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
As mulheres fazem parte do grupo com maior percentual fora da força de trabalho. No quarto trimestre de 2023, 64,6% das pessoas de 14 anos ou mais de idade nessa condição eram mulheres, os homens representam 35,4% desse grupo. Em relação à taxa de participação, apenas 52,7% das mulheres participavam da força de trabalho no 4° trimestre de 2023, número bem inferior aos dos homens, 72,3%. Contribui com essa diferença o fato de, em média, as mulheres se dedicarem mais aos afazeres domésticos e ao cuidado da família que os homens, o que prejudica sua inserção e ascensão no mercado de trabalho.
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As mulheres também sofrem mais com o desemprego, de acordo com o IBGE, 9,2% encontravam-se em situação de desocupação no 4° trimestre de 2023, contra 6% dos homens. Em Pernambuco a diferença é ainda maior, 14,4% das mulheres encontravam-se desocupadas no 4° trimestre de 2023, maior que os 10,2% referente aos homens.
Outro dado importante refere-se aos rendimentos. No Brasil, o rendimento médio das mulheres foi 20% menor que o dos homens no 4° trimestre de 2023. Os homens receberam em média, R$ 3.340, enquanto as mulheres receberam R$ 2.661. Em Pernambuco a diferença foi de 10%, R$2.163 foi a média recebida pelos homens e R$ 1.938, em média, o rendimento das mulheres.
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Essa desigualdade existente entre homens e mulheres no mercado de trabalho reflete na qualidade de vida do país e no seu desenvolvimento. Segundo um relatório do Banco Mundial, o PIB global poderia ser 20% maior se políticas voltadas ao combate a essas barreiras impostas às mulheres fossem implementadas.
Os dados mostram a importância de incorporar as questões de gênero às políticas públicas e sociais, inclusive por parte das empresas. Dentre as medidas que podem ser adotadas pelas empresas pode-se destacar a garantia da paridade salarial, para que homens e mulheres recebam o mesmo salário; a criação de programas de liderança feminina, para incentivar, apoiar e preparar mulheres para cargos de liderança; a oferta de creche ou disponibilização de auxílio-creche, para ajudar as colaboradoras mães a conciliar trabalho e família; promover a igualdade nos valores e cultura da empresa; promover a diversidade nas contratações e criar canais de comunicação onde as mulheres possam expressar suas sugestões e preocupações.