Inflação de março surpreende e alcança
maior variação desde 1994
A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) alcançou 1,62% em março, maior variação para o mês desde 1994, conforme divulgação do IBGE. Mesmo com a sequência de elevação da taxa Selic estabelecida pelo Comitê de Política Monetária (Copom), a taxa segue acima do esperado e já é dada como certeza terminar o ano acima da meta dos 3,5% (com 1,5% de variação para mais ou para menos) estabelecida pelo Banco Central. Os principais vetores da alta de março foram os grupos de alimentos e bebidas, e o grupo de transportes.
Do lado dos alimentos, por exemplo, o pimentão, o tomate e a cenoura tiveram aumentos bem relevantes: subiram 33,1; 27,2 e 31,5 pontos percentuais respectivamente, influenciados principalmente por alterações nos fatores climáticos e no aumento do custo do frete. Este último impactado pela crescente alta no preço dos combustíveis, que, aliás, representaram 0,56% no IPCA do mês três. A gasolina respondeu pelo maior impacto, atingindo quase 7% e puxando outros setores da economia, como Transportes. O diesel fechou março com um acréscimo de 13,6%, o gás veicular, na casa dos 5 pontos percentuais, e o etanol, de 3,0%. Outro item combustível próximo dos 7% foi o gás de botijão, que impacta diretamente o consumo das famílias.