IPCA-15 de julho: prévia da inflação mais perto de zero e com recuo a patamares de junho de 2020
Com uma variação de 0,13% em julho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) captou os efeitos das medidas para frear o aumento generalizado dos preços e teve o melhor resultado desde junho de 2020, quando obteve 0,02%. Entre as medidas de combate à inflação, estão a mais recente redução das alíquotas do ICMS pelo Governo Federal e os aumentos consecutivos da taxa Selic sob comando do Banco Central do Brasil, atualmente em 13,25%, mas com perspectiva de alta de 0,5 pontos no próximo encontro no início de agosto.
A baixa de julho no IPCA-15 ajudou a segurar o resultado do acumulado no ano, que agora soma 5,79%, com quebra do ritmo de crescimento e indicando para uma estabilização da inflação acumulada (linha laranja no gráfico 2). Na variação acumulada dos últimos 12 meses, pela primeira vez desde abril/22 o resultado ficou abaixo de uma dúzia percentual, fechando julho em 11,39%.
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Dos nove grupos acompanhados pela pesquisa, os dois de maior peso tiveram comportamentos inversos. Enquanto o de Alimentação e Bebidas teve alta de 1,16%, o de Transportes obteve variação negativa de 1,08, segurando o resultado mais perto do zero. No primeiro, ajudaram a puxar o resultado para cima: o mamão com alta de 22,48%, o leite longa vida com 22,27% e o pepino com 15,31%, os vilãos da cesta no período.
Já do lado de Transportes, apesar do valor negativo na média, alguns itens tiveram altas relevantes, como passagem aérea e óleo diesel, que tiveram aumento de 8,13% e 7,32% respectivamente. A gasolina e o etanol, no entanto, tiveram quedas consideradas de 5,01% e 8,16%.
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Nordeste acima da média
Trazendo a análise do IPCA-15 de julho a nível regional, percebe-se que as capitais nordestinas obtiveram as duas maiores variações do período entre as nove analisadas: Recife (PE) com 0,87% e Fortaleza (CE) com 0,42%, e Salvador (BA) obtendo a quarta maior alta com 0,28%. Na capital pernambucana, dos nove grupos sondados, os dois de maior peso no valor final obtiveram alta: o de Alimentação e Bebidas contabilizou 1,61% e o de Transportes 1,15%, um cenário acima do nacional. No primeiro, os itens que pesaram na cesta do mês foram a alface (22,19%), o leite longa vida (18,91%) e as hortaliças e verduras (17,41%). No segundo, passagem aérea mais uma vez foi o destaque com quase 10% de alta, e óleo diesel com 5,59%.
Ao contrário do cenário nacional, os combustíveis (veículos) – que tiveram diminuição de 4,88% – aumentaram 1,27% em Pernambuco, com a gasolina subindo 1,25%, e o óleo diesel 5,59%. O etanol ao menos seguiu o rumo do Brasil e teve -0,62% de baixa ao bolso do consumidor pernambucano.
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