IPCA Brasil: com -0,68 pontos percentuais, mês de julho registra deflação puxada por Transportes
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atingiu -0,68% em julho, pouco abaixo da expectativa do mercado que apostava em -0,65%. O resultado negativo foi principalmente pelo grupo de Transportes, com queda de -4,51% e maior peso entre os noves grupos que compõem a média ponderada final. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulga mensalmente o índice.
A última vez que o Brasil havia anotado um cenário de deflação foi no início da pandemia, quando registrou -0,38% em maio de 2020 (gráfico 01). No acumulado dos últimos 12 meses, no entanto, a inflação continua acima dos dois dígitos: 10,07%. Já no acumulado do ano, o IPCA chegou aos 4,77%, com perspectiva de fechar o ano em 7,11% de acordo com as estimativas do Banco Central, que, em seu último encontro, manteve a sequência de alta da Taxa Selic, atingindo agora 13,75% ao ano.
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O Grupo de Transportes foi o grande responsável pelo resultado negativo em julho, refletindo as políticas recentes de zerar as alíquotas federais que incidem sobre gasolina e etanol. As medidas resultaram numa deflação de -4,51% no grupo, puxada pelos combustíveis, alcançando uma redução de 15,48% na gasolina e de 11,38 no etanol. Contudo, mesmo em Transportes houve itens com alta no preço. Foi o caso do aluguel de veículos, das passagens aéreas e o óleo diesel, respectivamente 13,39%, 8,02% e 4,59%.
A explicação para este fenômeno vem do índice de Difusão, que consegue captar o “grau de espalhamento” da inflação pelos grupos avaliados. A Difusão foi de 63% em julho, revelando que houve aumentos considerados em quase dois terços dos produtos. É o caso do Grupo de Alimentação e Bebidas, que registrou 1,3% de alta e continua pesando no bolso das famílias. Principais aumentos nos itens foram da melancia, 31,26%; do leite longa vida, 25,46%; e do mamão, 13,52%..
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Nordeste
No recorte para as capitais do Nordeste avaliadas pelo IPCA, Recife registrou deflação de -0,42%; Fortaleza de -0,65% e, por fim, Salvador obteve a maior deflação da região com -1,06%. Em Pernambuco observou-se um cenário similar ao nacional: Transportes puxando o resultado para baixo com -3,36% (e maior peso na média ponderada), principalmente pela gasolina, que teve -9,87% de queda no preço. E a deflação sendo travada pela difusão de alta em outros grupos, notadamente Alimentação e Bebidas, 1,71% de alta, com destaque para o leite longa vida, a melancia e o mamão, cujos aumentos respectivos foram de 26,54%, 20,40% e 19,24%.
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