Pacote federal pode injetar R$ 150 bilhões
no mercado brasileiro até dezembro 2022
Com o intuito de aquecer a economia, o governo federal lançou, na segunda quinzena de março, um conjunto de medidas de estímulo à economia que pode gerar um aumento do Produto Interno Bruto (PIB) em 0,3%. A ideia é autorizar saques (de até R$ 1.000,00) do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), antecipar o 13.º salário do INSS para o primeiro semestre, o que deve beneficiar 30 milhões de pensionistas.
Além disso, o pacote federal pretende incluir 4,5 milhões de empreendedores em programa de microcrédito digital e ampliar o limite para contratação de empréstimo consignado de 35% para 40% do valor dos vencimentos para algo em torno de 50 milhões de aposentados, pensionistas do INSS e beneficiários de programas como o Auxílio Brasil.
Desde 2016, essa é a quarta vez que o Governo Federal lança mão de saques ao FGTS e outras políticas de auxílio para aquecer a economia. Por um lado, são ações importantes para estimular o consumo no curto prazo. Por outro, alguns economistas revelam certa preocupação – no médio e longo prazo – com os impactos na inflação, já com previsão de dois pontos acima da meta de 3,5%. O receio é de tais medidas gerar uma pressão inflacionária ainda maior, forçando o Banco Central a aumentar a taxa Selic e, assim, desestimular o setor industrial e a retomada do crescimento econômico.
Torna-se relevante observar os desdobramentos de tais medidas na economia de Pernambuco. Em janeiro de 2022, o estado apresentou a terceira queda mensal consecutiva na Produção Física Industrial (IBGE), obteve um saldo negativo de 1.142 vagas na subtração de admitidos e desligados no setor de Indústrias de Transformação, e saldo de 1.185 a menos na Indústria Geral. Com a pressão inflacionária de curto prazo, no entanto, pode haver algum movimento de queda no percentual de desocupação. Aguardemos as cenas dos próximos capítulos!