PIB do Brasil cresce 1,9% no primeiro trimestre e supera expectativa do mercado

PIB do Brasil cresce 1,9% no primeiro trimestre e supera expectativa do mercado

As projeções de mercado apontavam para 1,3%, contudo a variação do Produto Interno Bruto (PIB) do 1º trimestre/23 apresentou alta de 1,9% com relação ao 4º trimestre/22. O resultado prontamente provocou alterações das perspectivas para o PIB de 2023, que estavam em torno de 1,00% no Boletim Focus de quatro semanas atrás, e já apontam para 1,68% (Boletim Focus 05/06), com algumas projeções mais otimistas acima dos 2,0%. A agropecuária foi a principal responsável pelo crescimento do PIB no trimestre encerrado em março/23, alcançando variação positiva de 21,6%, maior alta trimestral desde 1996 para o setor, que tem ainda expectativa de safra recorde para 2023. 

Além da agropecuária, tiveram destaque as indústrias extrativas, que obtiveram a segunda maior alta no período (2,3%), seguida de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (1,7%). Outra alta importante do PIB trimestral foi a de serviços, setor que representa quase 70% do PIB brasileiro e avançou 0,6% no 1º trimestre/23 com relação ao 4º trimestre/22. Puxaram a alta de serviços os setores de transportes, armazenagem e correios, com 1,2% de alta, e as atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados, também com variação positiva de 1,2%.

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As indústrias de transformação e o setor de construção tiveram desempenhos negativos na variação trimestral, respectivamente variações de -0,6% e de -0,8%. Além de fatores de sazonalidade, o setor industrial sente mais fortemente os efeitos do atual patamar da taxa Selic (13,75%). Em Pernambuco, um estudo do Observatório da Indústria demonstrou que, a cada de 1,0 ponto percentual a mais na Selic, há uma queda de 0,98 ponto na produção industrial, com efeitos perceptíveis a partir do sexto mês da mudança.

Espera-se que o resultado do PIB trimestral acima das expectativas, aliado a uma menor pressão inflacionária e melhora do cenário internacional, entre outros, devam reforçar a decisão do Banco Central de iniciar uma rota de queda da taxa Selic a partir de agosto, chegando ao fim do ano em torno de 12,50%. 

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PIB Internacional

Dos 34 países que divulgaram dados do PIB trimestral (OCDE), 27 tiveram altas anotadas, enquanto cinco registraram recuo, e a Alemanha foi o único a apresentar estabilidade no período. Acima do percentual de 1,9 do Brasil, apenas a Polônia (3,9%) e a China (2,2%), com Portugal (1,6%) e a Colômbia (1,4%) fechando o top-5 da variação do 1º trimestre/23 com relação ao 4º trimestre/22. Vale destacar ainda os crescimentos de México, Finlândia e Costa Rica, respectivamente 1,3%, 1,1% e 0,8%. A maior baixa foi da Lituânia (-3,0%), seguida da Irlanda com queda de 2,7% e da Holanda (-0,7%).    

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